Título: A Sociolinguística Paramétrica e a polêmica epistemológica: uma colcha de retalhos herética ou um caminho teórico natural

Felipe Santos

Resumo

O objetivo desta apresentação é a exposição da polêmica originada com
o surgimento da proposta do linguista brasileiro Fernando Tarallo
(1987) de compatibilização entre as análises propostas pela Teoria da
Variação e Mudança, dentro do paradigma laboviano, e pela Teoria de
Princípios e Parâmetro, do quadro teórico chomskiano. Pretende-se
reviver esse debate para melhor compreendermos a motivação da tese
“herética” de Tarallo, assim como os limites de cada uma das teorias
que, para ele, funcionaram como modelos a serem compatibilizados para
um novo rumo dos estudos sobre a variação e mudança linguística.
Assim, será essencial expor as principais críticas à Sociolinguística
Paramétrica, assim como os principais argumentos em sua defesa. Nesse
sentido, também será posto em debate o modelo de Competição de
Gramáticas, a proposta gerativista de um modelo que contemple a
variação (indispensável para que a mudança se instale num sistema
linguístico).


Título: “Speech rate estimation: how long should the utterance be?”

Pablo Arantes

Resumo

In this study we try to develop a methodology to estimate the minimum
duration a speech should have in order to the speech rate (SR)
derived from it can be said to be representative. Change point
analysis was applied to a set of time series comprised of cumulative
SR calculated throughout samples of read speech produced by four
speakers of Brazilian Portuguese in three rates (slow, normal and
fast) to determine how long it takes for SR estimates to stabilize
around a narrow range of values. SR was defined here as the number of
intervals between consecutive vowel onsets (V-V units) per unit of
time. Results show that SR values stabilize between 5 and 12 seconds,
a time interval that contains between 36 and 68 V-V units. Also, SR in
fast rate tends to stabilize sooner.


Título: Contradirecionalidade e o Prefixo RE-

Carla Chuman

Resumo

A proposta desse trabalho é estudar a contradirecionalidade no português brasileiro se focando na aparência do morfema re- em usos contradirecionais, a fim de estabelecer regularidades em seu funcionamento. A contradirecionalidade envolve a descrição de processos que vão em direção oposta ao que se costuma fazer, no caso do português brasileiro ele pode ser encontrado em construções adverbiais como: de volta, para trás, de trás para frente, de novo, novamente, além de prefixos como re- e contra-. O foco desse trabalho é o morfema re-, que em sua maioria se refere a algum tipo de repetição (ex. reavaliar) ou resposta (ex. retornar), mas que também pode ter estar relacionado a outros significados como: remexer e retocar, ou mesmo estar em palavras em que não funciona como prefixo (ex. reduzir, já que não existe ‘duzir’).







Título: O modelo de Sintaxe de Primeira Fase

Thayse Letícia Ferreira

Resumo

Integrando as pesquisas em Nanossintaxe (cf. SVENONIUS, 2007; FÁ- BREGAS, 2007; CAHA, 2009), Ramchand (2008) elabora um modelo de análise semântica baseado em insights do programa minimalista (CHOMSKY, 1995, 2000). Esse modelo, nomeado Sintaxe de Primeira Fase, é uma nova maneira de olhar para a aquitetura da gramática e captura de maneira elegante a integração crescente entre semântica formal e sintaxe. Considerando que esse sistema é ainda pouco explorado, este trabalho objetiva apresentá-lo. Para tanto, procuraremos responder às seguintes perguntas: (1) Por que Primeira Fase? (2) Qual é a proposta do modelo? (3) Quais problemas ele se propõe a resolver? (4) Quais são as bases teóricas utilizadas? (5) Como ele é estruturado? (6) Como se resolvem alguns problemas dentro dele? (7) Quais são os problemas encontrados em sua aplicação? Com isso, esperamos demonstrar um novo caminho teórico bastante interessante para a análise da semântica das línguas naturais e sua interface com a estrutura sintática.


Título: Sentenças semifixas do Português brasileiro

Lucas Bueno Bergantin

Resumo

A pesquisa teve como motivação inicial compreender a estruturação e funcionamento de expressões formulaicas do português brasileiro que têm comportamento semifixo. Entendem-se como semifixas as sentenças compostas de constituintes estáveis/fixos e elementos permutáveis/móveis, a exemplo de “lugar de x é em y” ou “x que é x não p”. Assim, nesta apresentação, percorreremos parte do percurso de pesquisa, expondo as problematizações e as conclusões a que chegamos. Junto à exposição de parte do referencial teórico utilizado, buscaremos abordar o aspecto convencional dessas sentenças e algumas reflexões que fizemos a respeito de seu comportamento denominativo. Além, pretendemos expor o atual estágio de desenvolvimento da pesquisa, onde estudamos a quantificação genérica presente nessas sentenças com o objetivo de formalização de suas proposições.